Por Roberto Avallone
Já quase entrando na madrugada desta quarta-feira, recebo o telefonema de uma pessoa que vem sendo, digamos, uma espécie de Cardeal Richelieu da atual direção do Palmeiras. Não sei se a notícia que me foi passada será exatamente do agrado da torcida palestrina, mas, seguramente, deixará contente o técnico Felipão: por 1 milhão e meio de euros, Luan deverá ter 50 por cento de seus direitos comprados junto ao Toulouse, quando já era dada como praticamente certa a sua volta para a França.
Pois assim quis Felipão.
A minha opinião? É curiosa, amigo; já gostei e desgostei de Luan, várias vezes. Gostava de seu futebol nos tempos de São Caetano, fiquei decepcionado em seu começo de Palmeiras, voltei a admirá-lo em alguns jogos deste Campeonato Brasileiro (ele tem quatro gols nesta competição) e reconheço que teve grave recaída nos últimos jogos. Sei que Luan é importante taticamente, que constantemente volta para marcar e que isso talvez o prejudique no momento de ser atacante ou de utilizar o chute forte, de canhota.
Então, até agora, minha santa avó diria que é uma no cravo e outra na ferradura. Mas quem sabe Felipão tenha razão, quem sabe a torcida veja este jovem de 22 anos ficar mais perto do cravo do que da ferradura...
Bem, esta é a notícia.
Há também o interesse do Palmeiras em mais um meia, que poderia ser Davi, do Coritiba, 27 anos, mas que deve ficar no Coxa até o fim do ano e até joga nesta quarta contra o São Paulo. Pelo que senti a preferência está por um meia do Criciúma ou por Andrezinho, do Inter, que poderia ser trocado por Pierre.
Ah, e tem também um centroavante, com o nome mantido em sigilo. Trata-se, ao que consta, de um jogador alto, de relativa habilidade, goleador e que atua no Brasil. Mas há um detalhe difícil de ser contornado: o clube em que joga não pretende liberá-lo este ano. No entanto, mais uma tentativa será feita.
O MERCADO AGITADO
Quem pensou que estivesse fechado para balanço o supermercado do futebol cometeu ledo engano. O que os nossos clubes não podem mais é trazer jogadores de fora do Brasil até a próxima janela de transferências (em janeiro), mas no que para mim é uma contradição, podem vender. E tem o mercado interno, ainda possível, pois dá para inscrever jogadores no Campeonato Brasileiro até o dia 25 de setembro.
Vamos, pois, às mais recentes movimentações, por aqui:
1- Lucas, na Inter de Milão? É o que está rolando, com o empresário do craque do São Paulo, Vagner Ribeiro, admitindo que, embora difícil, terá uma reunião para tentar o negócio. Em minha opinião, o tricolor não negociará agora o seu jovem talento, mesmo sendo a poderosa Inter- atual campeã do mundo entre os clubes- a interessada. Em todo o caso, sabe-se lá como é que vai ficar a cabeça do jogador...
2- Chicão, adeus ao Corinthians? Não chega a ser uma grande novidade, pois é o que se comenta há alguns dias. Aos 30 anos, ele que foi uma grata surpresa, contratação pouco badalada e de rara eficiência, estaria vivendo uma de suas últimas oportunidades de ganhar uma bela grana. Para onde? Ainda não se sabe ou, pelo menos, não sei. Alguns dizem que é para Ucrânia, outros que é para o mundo árabe. O que sei é Chicão, se for mesmo negociado, fará muita falta ao Corinthians- se bem que Wallace, no Vitória, sempre deixou boa impressão.
3- Não fazem parte do mercado futuro, mas sim do que já estão nas prateleiras daqui. Creio que ainda é tempo de se falar das contratações vindas de fora, pelo menos de algumas: excelente reforço para o Santos este Ibson, que veio do Spartak Moscou, que já brilhava -e muito- quando vestia a camisa do Flamengo; boa aposta a do São Paulo ao contratar, por quase 5 milhões de reais, o meiaCañete, argentino, que já foi comparado a Riquelme, e que fez sucesso na Libertadores jogando pelo chileno Universidad Catolica; boas apostas também as do Fluminense, ao contratar o jovem argentino (que é do River Plate), Lanzini, 18 anos, e também (apesar da briga judicial que terá com o Palmeiras, com muitas chances de ser punido pela FIFA) Martinuccio- vice-campeão da Libertadores pelo Peñarol.
Tenho a impressão que, no mínimo, teremos um Campeonato Brasileiro repleto de atrações e de bilheteria considerável. Afinal, o futebol não é- ou deveria ser-espetáculo?