Por Mauro Cezar Pereira
Valdívia se transformou em ídolo do Palmeiras por conta de uma boa temporada há cinco anos, quando foi importante na conquista do título paulista. Não fez o bastante para merecer tanto, mas o torcedor se encantou com o chileno e o colocou num patamar inimaginável nos dias de hoje.
Queridinho dos palmeirenses, o chileno era um quase intocável. Jornalistas que ousassem criticar o rapaz eram massacrados na internet. Apesar das muitas ausências, Valdívia seguia com o conceito elevado junto à maior parte da torcida, paciente, tolerante, inexplicavelmente compreensiva.
O tempo passou e ele se foi. Após uma passagem pelo "Mundo Árabe", o Palmeiras fez o que não poderia jamais: recontratou Valdívia ao apresentar uma proposta de R$ 14 milhões ao Al Ain, dos Emirados Árabes. Feliz, a torcida tinha a convicção de que um "craque" retornava.
Mas o jogador da seleção do Chile não deu o retorno esperado. Sua volta foi mais um exemplo do quão amadores são os cartolas, capazes de investir pesado num jogador apenas por questões sentimentais, simpatia, crendice, achismo. Aos poucos, os fãs foram caindo na realidade.
Valdívia é um fiasco nessa sua segunda passagem pelo Palestra Itália. Os números do site Verdazzo não deixam margem de dúvida. E o percentual de ausências vai aumentar com a nova lesão. Ele desfalcará o Palmeiras na estreia pela Libertadores.
Já passamos dos tempos nos quais os dirigentes contratavam sem critério. Hoje é imperativo que atletas sejam analisados, não só quanto à frequência, mas especialmente os números que detalham desempenho. Os clubes não mais suportam investimentos elevados baseados em mera intuição.
E quem insiste em agir dessa maneira corre o risco de se arrepender. Como certamente o presidente do Palmeiras que foi buscar o chileno de volta, Luiz Gonzaga Belluzzo, mudaria o passado se isso fosse possível. A questão é: a recontratação de Valdívia é a pior da história do clube?
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