Eu não consegui assistir a abertura completa das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Vivo em uma megalópole, em que a imensa maioria das pessoas mora em uma região e trabalha no extremo da outra. Também calhou que no dia dos Jogos Olímpicos, na hora de ir embora, engatei um bom papo com os amigos do trabalho e, aliado ao longo caminho de volta para a casa, apenas vi a partir da chegada dos países com a letra "P".
A abertura era o show que todos queriam ver, inclusive eu, pois tinha a Gisele Bündchen! A brasileira mais gringa que nós temos. Nos orgulhamos (eu também) desta conterrânea que encanta o mundo, mas que na verdade mais parece uma turista quando vem para cá. Tudo bem, eu queria ter visto a Gisele. =(
Outro ponto alto seria mostrar a cultura brasileira ali, para todo mundo ver. Representar a figura de Santos Dumont e reviver a polêmica com os Irmãos Wright foi sensacional! Elza Soares, Karol Conka, Mc Soffia, Ludmilla.... foi "mara".
Paralimpíadas
Passado o furor das Olimpíadas, as medalhas que vieram, as que não vieram, os elogios (mais uma vez) a um evento realizado no Brasil - foi lindo -, surgiu a expectativa pelas Paralimpíadas - onde o Brasil é um forte candidato estar entre os líderes do ranking de medalhas.
Começou meio com um receio, afinal de contas, as emissoras não darão o mesmo espaço e importância ao evento. Já teve polêmica com uma campanha que usou o Paulo Vilhena e a Cleo Pires para divulgar a competição.
O Rafinha Bastos (!) fez um vídeo muito bom sobre isso (!!!).
A abertura das Paralimpíadas foi tão emocionante quanto a da "prima mais bonita". Quem esperou ver "coitadinhos", espantou-se com a própria deficiência em enxergar pessoas vencedoras por natureza, que superam-se todos os dias em busca de uma vida prática e digna.
Márcia Malsar
Quando vi a cena em que a atleta Márcia Malsar derrubou a tocha, caiu, levantou-se e voltou a conduzi-lá, meu coração começou a bater mais rápido. Que misto emoções.
Por que isso aconteceu justamente na Paralimpíada?
A platéia, que foi ali para ver atletas superando desafios próprios e do esporte, logo reconheceu o esforço, a coragem e a força de vontade daquela que trouxe a primeira medalha de ouro em uma paralimpíada pro Brasil - nos jogos de 1984.
Que orgulho! Duplo orgulho.
Do público, que em um gesto incentivou e parabenizou-a pela atitude, e por ela, que insiste em vencer obstáculos que a vida lhe dá e mostrar que ela pode tudo o que quiser, a partir de sua determinação, foco e vontade.
Do público, que em um gesto incentivou e parabenizou-a pela atitude, e por ela, que insiste em vencer obstáculos que a vida lhe dá e mostrar que ela pode tudo o que quiser, a partir de sua determinação, foco e vontade.
Que lição!
Márcia subiu no lugar mais alto do pódio, 84, ao vencer os 200 metros rasos. Naquele ano ainda conquistou outras duas medalhas; prata nos 1.000m cross country e uma de bronze nos 60 metros rasos.
E eu não consigo dar uma volta no Parque Ibirapuera. #shameonme
Nas paralimpíadas seguintes, em 1988, em Seul (Coréia do Sul), ela ganhou mais uma medalha: prata nos 100m rasos.
Que emoção!
Obrigada, Márcia Malsar e todos os atletas paralímpicos (brasileiros e estrangeiros). Vocês nos ensinam que conviver com dificuldades é que é "normal", mas olhar para estas mesmas dificuldades como um problema, um limite, que é coisa de coitadinho.
Parabéns!!!
Parabéns pelo texto! Que ultimo parágrafo lindo! Abraço! Leonardo.
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