quarta-feira, 27 de julho de 2011

Dramaturgia da Record pode oferecer muito mais

Por José Armando Vannucci


Mesmo com apenas dois produtos no ar, aos poucos o departamento de dramaturgia vai mostrando sua importância para a Record. “Vidas em Jogo” e “Rebelde” estão com audiências estabilizadas em patamares interessantes para suas faixas e conseguem atrair anunciantes para a emissora. O bom resultado no vídeo não é apenas a conseqüência direta de investimentos em elenco, produtores e tecnologia para o RecNov (como muitos executivos de São Paulo gostam de destacar), mas o esforço de uma equipe para mostrar que é possível fazer algo num departamento que poderia oferecer muito mais. Basta ver o espaço físico e a quantidade de estúdios no RecNov, muitos com portas fechadas porque não há produção.
O eterno sonho de três horários para novelas tem dificuldades para sair do papel. Apesar de altos salários, o banco de elenco da Record ainda é pequeno para o projeto e a quantidade de autores não é suficiente para proporcionar um giro de histórias sem imprevistos. A Record tem Lauro César Muniz, Marcílio Moraes e Cristiane Fridmann para o horário principal, um time pequeno exigindo longas novelas para dar tempo de preparar a próxima. A faixa mais cedo está reservada às adaptações mexicanas previstas na parceria com a Televisa. Aliás, este é o grande desafio da emissora. A Record precisa planejar a longo prazo, entrar em produção com mais antecedência para evitar que uma novela atinja quase 1 ano no ar e utilizar melhor a estrutura que construiu, porque de nada adianta ter muitos estúdios se estão ociosos.
Só com muitas produções e continuidade no projeto a teledramaturgia da Record conseguirá desenvolver suas características e mostrar ao público algum diferencial em relação à Globo e ao SBT.

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