Por José Armando Vannucci
Mais do que inédito, o triplo empate registrado neste final de semana entre Globo, Record e SBT abre uma longa discussão sobre a concorrência na televisão e a importância do conteúdo na conquista do telespectador. No domingo, a avant-première do programa “Um Milhão na Mesa” marcou 12 pontos de média, a mesma audiência de “Hipertensão” e “A Fazenda”. Os três formatos são importados, possuem prêmios em dinheiro e testam conhecimentos ou habilidades de seus participantes e recorrem a estes elementos para atrair a atenção do telespectador. Nada de diferente do que já foi visto em nossa televisão, mesmo que seus produtores berrem aos quatro cantos que trazem novidades.
O triplo empate entre “Hipertensão”, “A Fazenda” e “Um Milhão na Mesa” deixa muito claro que investimento é tudo em televisão e ao mesmo tempo não é garantia de sucesso, mas que tem que ser feito para a concorrente não levar vantagem. A aposta da Globo em “Hipertensão” tinha como objetivo frear o crescimento de “A Fazenda” e colocar a emissora numa situação mais confortável de liderança. Atingiu parcialmente seu objetivo porque não abriu a vantagem numérica. O reality da Record garantiu bons resultados publicitários e uma audiência satisfatória, nada mais do que isto e, principalmente nesta quarta edição, menos repercussão do que se esperava. A boa pré-estreia de “Um Milhão na Mesa” pode jogar público para a estreia da quarta-feira ou apenas indicar que o telespectador gosta mesmo de assistir ao Silvio Santos aos domingos. Ainda não dá para arriscar, só para ter a certeza de que o empate deste domingo é um sinal claro do que será a televisão no futuro. Um mercado mais equilibrado com investimentos de todas as emissoras pode acarretar numa programação de mais qualidade ou pelo menos com alternativas, mas também pode nivelar por baixo com as apelações baratas de sempre.
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