O Brasil ficou com a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011. Depois das conquistas de 2003, em Santo Domingo, e 2007, no Rio de Janeiro, as meninas da Seleção Brasileira deixaram escapar o tri diante do Canadá, na disputa da cobrança de pênaltis, depois de empate em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação.
Foi um duro castigo para as meninas do Brasil, que jogaram melhor na partida desta quinta-feira no Estádio Omnlife, chegaram a ficar muito perto da vitória, mas acabaram superadas por 4 a 3 nos pênaltis.
A Seleção Feminina encontrou muita resistência do adversário com quem empatou os três últimos confrontos - em 2010, na Taça Cidade de São Paulo, e agora neste Pan, na fase de classificação e ontem no tempo regulamentar.
A vitória brasileira pareceu se desenhar bem cedo no jogo, quando saiu o primeiro gol, aos três minutos, com um belo e preciso chute de Debinha. O Brasil seguiu melhor em campo, dando a impressão que logo poderia chegar ao segundo, mas nos 20 minutos finais cedeu espaço para as canadenses, que também com boa técnica passaram a tentar o empate.
Bom para o Brasil que o primeiro tempo terminou com a vitória de 1 a 0. Era merecida, mas o time precisava recuperar o domínio das ações já que as canadenses voltaram ainda mais decididas a buscar a reação, chegando a criar algumas jogadas de perigo.
Só que a Seleção Brasileira soube segurar as tentativas de empate das canadenses. Tocando a bola de primeira, conseguia chegar à frente também com perigo, como aconteceu em um lance em que Debinha, bem servida por Rosana, chutou para fora.
Debinha aparecia bem nas jogadas de frente e teve outra chance em uma cabeçada. Era ela quem mais ameaçava a defesa canadense, e o segundo gol quase aconteceu, aos 22 minutos: Debinha fez uma boa jogada, driblando duas vezes a adversária, poderia até ter finalizado, mas não foi fominha - deu o passe na medida para o chute de Thaisinha que goleira canadense salvou para córner.
Na cobrança, Maurine quase marcou direto, por pouco. Aí o Brasil tomou conta do jogo de vez. Aproveitando a velocidade de Debinha e Thaisinha, teve mais uma chance, dessa vez com Rosana.
O jogo passou a ser ainda mais disputado. A cada tentativa canadense, o Brasil respondia com um contra-ataque. Nos minutos finais, depois que Debinha desperdiçou a chance clara de marcar o segundo, o que seria um prêmio à sua ótima atuação, veio o castigo na forma do empate - aos 42, Sinclair marcou para o Canadá e levou a decisão para a prorrogação de 30 minutos.
Prorrogação também termina em 1 a 1
Mesmo surpreendida com o gol de empate, que não merecia, a Seleção Brasileira soube manter a tranquilidade para a dura disputa da prorrogação. E a tarefa não seria fácil, como não foi, devido à luta e disposição com que as canadenses se entregavam ao jogo, com o que passaram a controlar as ações. A primeira parte da prorrogação terminou com as adversárias em cima, pressionando.
O jogo ficou igual nos 15 minutos finais de bola rolando. Com as duas equipes extenuadas, passaram a prevalecer então a garra e a disposição. Era ataque de um lado e de outro. Bárbara salvou o time, com segura defesa em chute de Sinclair, antes de Grazielle se precipitar e tentar um chute de fora da área em lance que poderia ter avançado mais com a bola - foi a ansiedade de querer marcar o gol decisivo.
Ketlen também teve sua chance, mas chutou para fora. Foi o último lance de perigo, e a decisão da medalha de ouro foi para a cobrança de pênaltis.
Decisão do ouro foi para o "sofrimento" da cobrança de pênaltis e deu Canadá
Canadá 1 a 0 - Matheson
Brasil 1 x 1 Canadá - Francielle
Canadá 2 a 1 - Sinclair
Brasil 2 x 2 Canadá - Maurine
Canadá 3 a 2 - Booth
Canadá 3 a 2 - Grazielle perde a sua cobrança
Canadá 4 a 2 - Smith
Brasil 3 x 4 Canadá - Ketlen
Chapman chuta na trave e perde a cobrança
Canadá 4 x 3 Brasil - Debinha perde sua cobrança
O Brasil foi medalha de prata com Bárbara, Maurine, Karen, Bagé, Tânia Maranhão e Maicon; Francielle, Rosana (Ketlen) e Formiga; Thaisinha (Grazielle) e Debinha
"Claro que todo mundo aqui queria a medlha de ouro, havia confiaça, chegamos bem preparadas na final. Infelizmente, não deu. Mas conseguimos a prata, o que não pode diminuir o nosso esforço. Temos agora de pensar nas próximas competições, no Torneio Cidade São Paulo de dezembro de 2011 e nas Olimpíadas de 2012", exaltou a zagueira Bagé.