terça-feira, 13 de março de 2012

Dez razões para acreditar no Palmeiras 2012

(e cinco para desconfiar)

Por Paulo Vinícius Coelho


O ano palmeirense tinha tantas razões para descrença que a coluna deste comentarista, no jornal O Estado de S. Paulo, trazia um título cruel, no dia 1 de janeiro: Feliz 2013, Palmeiras. Hoje, a situação não parece tão trágica e há mais motivos para pensar assim do que a vitória por 6 x 2 sobre o Botafogo.

É fato que os times do interior não servem de parâmetro, especialmente porque registram uma mísera vitória sobre os grandes nas 13 primeiras rodadas do Paulistão. Mas o futebol do Palmeiras anda convincente, com repértório de jogadas, um lateral-esquerdo que dá confiança, um centroavante que faz gols, o melhor ataque do Estadual e uma goleada por 6 x 2 pela primeira vez em seis anos.

Você pode começar a acreditar.

Ou continuar desconfiando até descobrir o que o primeiro semestre trará.
Abaixo, você pode escolher. Dez razões para acreditar, ou cinco para seguir sua desconfiança:

10 RAZÕES PARA ACREDITAR NO PALMEIRAS 2012

1. FAMÍLIA SCOLARI - Marcos Assunção afirmou depois da vitória em Ribeirão Preto que agora, sim, existe uma família no vestiário do Palmeiras. Felipão recuperou a confiança do grupo e o ambiente é muito melhor do que em 2011. Ano passado, além da falta de um elenco respeitável, havia guerra no vestiário e Felipão, sem apoio, não controlava o grupo. A chegada do gerente de futebol, César Sampaio ajudou. Ele começou a trabalhar no dia 7 de novembro. O Palmeiras não perde desde 6 de novembro.

2. O MELHOR ATAQUE - Há tempos, o Palmeiras não tinha um ataque tão competitivo. São 30 gols, o melhor desempenho desde que Felipão voltou ao Brasil e ataque mais positivo do Campeonato Paulista.

3. REPERTÓRIO AMPLO - No início do Paulistão, 47% dos gols saíam dos pés de Marcos Assunção. A participação do volante segue expressiva, mas a dependência diminuiu. Dos 30 gols, 20 não passaram pelo volante, ou dois terços.

4. JOGADAS ENSAIADAS - Dos 10 gols dos pés de Marcos Assunção, sete foram passes, cinco de bola parada. O Palmeiras marcou 13 gols de bola parada, incluindo faltas diretas e pênaltis. As jogadas ensaiadas agora também saem dos pés de Maykon Leite (cobrança contra o Linense) e Daniel Carvalho (cruzamento para gol em Ribeirão Preto).

5. LATERAL-ESQUERDO - Depois de Júnior, o único lateral-esquerdo que agradou a torcida -- e por pouco tempo -- foi Lúcio, durante a Série B. Desde que Juninho chegou, as críticas ao lado esquerdo da defesa desapareceram. O lateral Bola de Prata tomou conta da posição.

6. ALTERNATIVAS - O mesmo não se pode dizer de Cicinho. Ele dá mais opção de jogo ofensivo pela direita do que Artur, mas erra muito ao chegar à linha de fundo. Qual a solução? Ora joga Cicinho, ora Artur. Opção inclusive para mudar o estilo do adversário.

7. INVENCIBILIDADE - A qualidade dos adversários pode ser relativizada, mas time que não perde merece atenção. O Palmerias tem sua maior série invicta desde os 23 jogos de 1998. Já 19 partidas, com 11 vitórias e 8 empates, incluindo a vitória sobre o Ajax, em amistoso. A lista de partidas sem derrota inclui quatro clássicos, vitórias sobre São Paulo, no Brasileirão, e Santos, no Estadual, empates contra Corinthians, no Brasileirão, e São Paulo, no Estadual. 

8. RECUPERAÇÃO DE JOGADORES - O zagueiro Henrique sempre foi querido pela torcida e é o único titular campeão pelo Palmeiras -- fez parte da campanha de 2008. Mas jogou muito mal no retorno da Europa, em 2011. Este ano, voltou a ser um zagueiro confiável.

9. VALDIVIA É SÓ OPÇÃO - Neste ano, Valdivia só jogou bem uma partida, contra o Bragantino na estreia. Ficou fora por seis rodadas e voltou como opção. Ele pode jogar ou ficar no banco e o mesmo vale para Daniel Carvalho. O Palmeiras não depende do chileno.

10. MAYKON LEITE - Para boa parte da torcida, a presença de Maykon Leite é positiva por dois aspectos. Ele joga, Luan, machucado, não atua. Por injusto que seja com Luan, artilheiro do time no ano passado, Maykon Leite tem feito o trabalho tático. Ataca melhor do que Luan e volta marcando quase tanto quanto o antigo titular.

E CINCO MOTIVOS PARA DESCONFIAR

1. MATA-MATA DE UM JOGO SÓ - Ano passado, o Palmeiras fechou a fase de classificação do Paulista em segundo lugar, passou pelo Mirassol e jogou melhor do que o Corinthians na semifinal. Mas não venceu e foi eliminado nos pênaltis. A classfiicação pode ruir em um jogo só, nas semfiinais. O regulamento joga contra.

2. AINDA FALTAM RESERVAS - Tudo está bem com Barcos e Juninho. Mas e se na reta de chegada for preciso escalar um reserva? Fernandão e Ricardo Bueno, no ataque, Gerley, na lateral esquerda, ainda não merecem confiança da torcida.

3. O LADO DIREITO - Wesley deve jogar pelo Palmeiras nas finais do Campeonato, mas o pagamento ainda precisa ser feito nas duas próximas semanas. Enquanto ele não chega, João Vítor dá conta do recado, mas não dá a qualidade de jogo que Felipão deseja.

4.  MELHOR ATAQUE - A última vez que o Palmeiras fechou a primeira fase com o melhor ataque e campanha empolgante foi em 2009. Era o time de Vanderlei Luxemburgo e Keirrison. Nas semifinais, duas derrotas para o Santos acabaram com a festa alviverde.

5. FELIPÃO E OS ESTADUAIS - Felipão nunca foi campeão paulista. Em 1999, ano do título da Libertadores do Palmeiras, perdeu a decisão para o Corinthians, jogando a primeira partida das finais com time reserva. O técnico não conquista uma taça estadual desde 1996, ano em que foi bicampeão gaúcho pelo Grêmio. Talvez essa seja boa notícia. Além do Paulistão e melhor do que ele, Felipão quer ganhar a Copa do Brasil.

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