Foto: Fábio Menotti// Divulgador |
Por Danilo Lavieri, do Uol
A queda do Palmeiras B para a série A-3 do Paulista no último fim de semana retrata o mau funcionamento de uma equipe que foi criada com o objetivo de amadurecer apostas e terminou como "cemitério" de jogadores que eram apontados como grandes promessas. Ao mês, o time paulista gasta entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão com uma equipe que nunca revelou um grande talento para o profissional, mas serviu para um laboratório de rodagem para atletas como Deola e Gualberto, por exemplo.
Hoje, o Palmeiras B tem cerca de 30 jogadores, com média salarial de R$ 15 mil, e perdeu para os reservas do São Bernardo quando o descenso foi confirmado. Ainda entram no orçamento gastos com transporte, hospedagem, inscrições e outras contas pagas pelo clube. Times que se classificaram para disputar a ascensão, como Penapolense, Ferroviária e Noroeste, gastam R$ 250 mil com todas essas despesas.
Criada em 2000, o time já participou da Série A-2 quatro vezes (2006, 2007, 2011 e 2012) e da A-3 sete vezes (2002, 2003, 2004, 2005, 2008, 2009 e 2010). A inauguração foi feita ainda na gestão de Mustafá Contursi, quando a equipe serviria como um laboratório, onde jogadores que passaram da idade para disputar as categorias de base poderiam treinar e ficarem prontos para serem aproveitados pelo profissional. A prática é comum no resto do mundo e foi pioneira no Brasil.
Hoje, no entanto, o ideal passou a ser desrespeitado. Tanto que jogadores são contratados para o time B mesmo sem o aval de nenhum dos treinadores, nem dos garotos, muito menos pelos profissionais. É o caso de Facundo Albaqui, por exemplo. O argentino causou até alvoroço entre os torcedores, mas chegou sem ninguém entender o motivo. Sua chegada gerou até críticas de Felipão.
"Quem fez os negócios resolveu com os times B ou C e, felizmente, não perguntou nada para mim. Nessa, eu não quero estar metido. Que se resolvam por lá”, disse Felipão na ocasião.
Arnaldo Tirone, presidente do Palmeiras, já sofre pressão de todos os lados para que o time seja extinto. Essa, aliás, foi uma das grandes questões feitas ao cartola assim que ele assumiu. Atualmente, o dirigente segue em fase de análise.
“Vamos analisar o Palmeiras B. Acho que realmente precisa dar uma outra dinâmica, mas é bom para alguns talentos. Mas acho que precisa ter nova dinâmica, ter algum jeito melhor para explorar os que se destacam lá no B”, disse Tirone.
Internamente, Tirone já ouviu de conselheiros que o Palmeiras B serve de balcão de negócios para empresários. Além disso, o presidente também recebeu até queixas informais sobre um suposto favorecimento para diretores, que conseguem tirar proveito de negociações que ficam mais escondidas quando a assinatura de um contrato não será feita para o profissional.
Jair Jússio, diretor da base, não atendeu aos telefonemas feitos pela reportagem durante a segunda-feira inteira. Ele é ironizado internamente por ter sido indicado por Mustafá Contursi e por ser responsável pelo segundo rebaixamento da história do Palmeiras.
Já o vice-presidente financeiro, Walter Munhoz, confirmou que o Palmeiras B tem os gastos contabilizados junto com o departamento de futebol profissional, mas não revelou o orçamento do time. No balanço oficial exibido pelo site do clube, o setor teve um gasto de aproximadamente R$ 12 milhões.
A forma alternativa encontrada pelos conselheiros para viabilizar o Palmeiras B é fazer parceria com um time menor, assim como o Corinthians faz, por exemplo. Na opinião deles, para dar rodagem, como Deola teve, não é necessário ter um time com gastos tão altos.
Time que se livrou de queda tentou emprestar jogadores do B
O Santacruzense, time que se livrou do rebaixamento após verdadeiro milagre, tentou pegar cinco jogadores do Palmeiras B emprestados. A alegação de Jair Jússio era de que não iria liberá-los porque eles seriam utilizados pelo treinador. Nenhum deles jogou. O clube alviverde, portanto, continuou pagando os salário deles.
e esse facundo albaqui ainda ta no time???
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