Por Roberto Avallone
Há quem diga que ele desviou com o olhar o pênalti batido para fora por Zapata, exímio chutador, e que deu ao Palmeiras o título de campeão da Libertadores de 1999; não há quem esqueça o pênalti que ele defendeu de Marcelinho Carioca, na semifinal da Libertadores de 2000, que classificou o Palmeiras e eliminou o Corinthians.
Aí, ele foi chamado de São Marcos. Não era mais simplesmente Marcos, o grande goleiro, quase imbatível sob as traves. Virou ídolo, virou mito, virou o Santo do gol. Teve suas falhas, durante a carreira, é claro, mas ele sempre foi grande. E estaria jogando até hoje- como Rogério Ceni,Dida ou outro quarentão ou quase- não fossem tantas as lesões que o atrapalharam tanto durante a carreira.
E o palmeirense não esquece o seu amor pelo clube. Amor que o fez preferir ficar no Palmeiras para disputar a Série B ao invés de ir para o Arsenal, da Inglaterra. Onde, com certeza, ganharia muito mais. Amor que o fez quase chorar na conversa com os companheiros, antes do jogo final contra a Ponte Preta (campeonato Paulista de 2008) tomado pela emoção: “Hoje eu quebro a perna, quebro até o pescoço. Mas não perco”.
São muitas as histórias de Marcos, todas elas já contadas, inclusive a suabela performance na conquista do pentacampeonato mundial, em 2002, quando o alemão Oliver Khan foi eleito o melhor jogador. Não foi. Marcos fez as defesas mais decisivas.
Não importa. Marcos é Marcos. O Palmeiras já teve grandes goleirosem sua História, desde Oberdã Catani (que não vi jogar e que meu falecido pai, que não viu Marcos em ação, dizia ter sido o melhor goleiro do Brasil em todos os tempos), Valdir Joaquim de Moraes, Émerson Leão.E outros tantos que me perdoem se a memória falhar.
Mas as defesas espetaculares, o carisma, o histórico de desafiar contusões. Ah, tudo isso faz que o palmeirense sonhe até que ele tivesse o dom de se recuperar e voltar a ser o goleiro do Palmeiras.
Impossível. Marcos se despede oficialmente neste 11 de dezembro de 2012.
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