quarta-feira, 15 de maio de 2013

A queda do Palmeiras vai além do frango de Bruno

Por Antero Greco

Só se fala do frango do Bruno, no primeiro gol que o Palmeiras sofreu no jogo com o Tijuana. Aquele lance constrangedor teria decretado a derrota por 2 a 1 e consequentemente a eliminação na Libertadores. Meia verdade.

A falha do goleiro surpreendeu os 30 e tantos mil palmeirenses que estiveram no Pacaembu, na noite desta terça-feira, além dos milhões que acompanharam o jogo pela televisão. Mas não foi ali que o Palestra deu adeus ao sonho de seguir adiante na competição continental.

O Palmeiras caiu fora por suas limitações, conhecidas do torcedor e mascaradas, em apresentações recentes, pelo empenho fervoroso dos jogadores. Marcou sobretudo a garra na vitória contra o Libertad, na fase anterior, e que garantiu sobrevida à equipe.

No todo, porém, o grupo que Gilson Kleina tem nas mãos é fraco. Há quem diga que é o possível, para o momento, e que o objetivo é reestruturar-se durante a Série B nacional, subir e retomar a reação no ano que vem, por coincidência o do centenário de fundação.
Outra meia-verdade.

O Palmeiras, mesmo rebaixado em 2012, teve no mínimo seis meses para planejar a participação na Libertadores. Perdeu tempo, emperrou na inatividade da diretoria anterior e empacou no discurso da atual, que alega dificuldades financeiras. Jogou no lixo o presente que veio na metade do ano passado com a conquista da Copa do Brasil.

Se ficou no lucro, ao superar a etapa de grupos, poderia obter ganho maior nas oitavas de final. Fale-se o que quiser, mas o Tijuana é desses cometinhas que de vez em quando aparecem no futebol. Fazem um certo barulho, têm um brilhareco e desaparecem.

O time mexicano não é nenhuma maravilha, como ficou comprovado no 0 a 0 no México e na derrota que havia sofrido para o Corinthians por aqui meses atrás. O Palmeiras poderia seguir adiante, se tivesse estofo para tanto, se tivesse equilíbrio, se tivesse qualidade nos jogadores. Não digo caráter, porque os atletas foram dignos. Falo em habilidade, poder de decisão, autocontrole e coisas do gênero.

O peruzaço de Bruno seria compensado, se o time fosse bom, se confiasse no próprio taco. Se tivesse ataque, se não precisasse recorrer a um zagueiro (Henrique) para tentar desequilibrar na frente. Se tivesse um homem de referência para fazer gols.

Mas o Palmeiras revelou, no aperto, como neste momento lhe falta alma vencedora. Já foi eliminado do Paulista, deu adeus à Libertadores e aguarda a Série B. Fortes emoções virão até dezembro.

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