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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Troca de Ricardo Teixeira por Ronaldo na presidência do COL serve para enganar você

Charge de Gustavo Duarte
Por Vitor Birner

A forma como as coisas envolvendo a Copa do Mundo de 2014 aconteceram, minou a imagem de Ricardo Teixeira.

Hoje, por exemplo, Dilma Rousseff se recusa a ficar ao lado do presidente da CBF e do COL.

O povo, do Oiapoque ao Chui, fala mal dele.

Sempre gosto de lembrar que Teixeira mentiu para todo país quando prometeu a realização do evento com dinheiro da iniciativa privada, o que não aconteceu.

A situação dele piorou quando brigou com a imprensa britânica.

Ricardo Teixeira, lobista experiente e competente, tropeçou na própria arrogância ao achar que os jornalistas do Reino Unido teriam a mesma reação passiva de boa parte da imprensa brasileira.

As notícias negativas sobre o proprietário do futebol no Brasil ganharam espaço nos principais jornais da Europa.

A deterioração da imagem dele vinha sendo ruim para a organização do Mundial.

E eis que arrumaram uma solução caseira.

Convidaram Ronaldo para o cargo.

A escolha se explica sem dificuldades.

O ex-centroavante tem excelente imagem. É querido por grande parte do país e do mundo.

A presença dele na presidência do Comitê Organizador Local soluciona o problema de iamgem dos organizadores do mundial.

Deve, por exemplo, aproximar Dilma do COL e limpar a barra do Comitê, queimado por todas as razões citadas nos últimos anos.

Mas, na prática, não muda o que mais interessa.

O COL deveria brigar com a Fifa para ela respeitar as leis e a economia brasileiras.

A principal missão dele é defender os interesses do país, não da entidade que manda no futebol.

Ronaldo não vai fazer isso.

As coisas vão continuar como estão.

Em suma, a presença do Fenômeno na presidência do COL serve para dar credibilidade, melhorar a imagem do Comitê, e não para resolver os problemas da Organização do Mundial.

É o famoso ‘engana trouxa’.

Trio que manda
Ricardo Teixeira, Andrés Sanchez e Ronaldo compõem o trio dominante do futebol brasileiro.

O presidente corintiano foi escolhido, semana passada, como diretor de seleções.

A opção de Ricardo Teixeira pelo parceiro é mais que óbvia.

Não vi nenhum grande problema na escolha.

Há pessoas mais bem preparadas para o cargo, mas quem disse que isso faz a diferença na hora de tomarem decisões sobre nossa maior paixão?

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Teixeira e Sanchez e o mundo fecal do futebol brasileiro. Estamos bem?


Por Quartarollo

Um diz que não está nem aí com as denúncias e que está “fazendo um montão” pra tudo isso e o outro diz para os seus conselheiros que não vê a hora de largar “essa merda” se referindo ao mandato de presidente do Corinthians prestes a se encerrar.

Estamos bem, não? É de dirigentes assim que precisamos. Que Deus nos ajude, isso sim.

Não sei se Andrés fala assim por descaso, por cansaço, por despeito ou porque se arrependeu de ter mudado o Estatuto do Corinthians não permitindo reeleição no clube.

Foi a chamada cláusula anti-Duabli, presidente que se eternizou no poder e transformou o Corinthians num time de segunda divisão.

Eu achei a medida salutar e exemplar para o futebol brasileiro, mas também aceitaria que houvesse pelo menos uma reeleição.

Acho justo. Se a administração está bem, não há porque não deixar o presidente trabalhar em mais uma gestão.

O que não pode é virar dono e tomar conta da cadeira eternamente.

Agora quando está perto de deixar o cargo, promete sair em 15 de dezembro, Andrés tentou mexer no Estatuto de novo e teve o repúdio dos homens do Conselho e é claro, da oposição, hoje pequena, mas atuante no Parque São Jorge.

Andrés deixará ótimo legado para a história do Corinthians. Foi um bom presidente e assumiu numa hora das mais difíceis.

Conseguiu equalizar dívidas altas (aquela do Nilmar foi um roubo e um rombo que a administração anterior deixou na conta do clube), pagou jogadores e técnicos que estavam pendurados na justiça há muito tempo, montou um time que foi campeão da Série B, voltou à Série A, contratou o técnico que hoje está na Seleção, ousou na contratação e no marketing com Ronaldo, montou um time melhor para a Série A e está próximo de ser campeão brasileiro, fez um Centro de Treinamento dos mais modernos e ainda deixará um Estádio em construção com custo zero para o Corinthians e aumentou a rivalidade com o São Paulo, então o melhor time do país quando assumiu, e ganhou a queda de braço com a “raposa” Juvenal Juvêncio tirando o Morumbi da Copa.

É de longe o presidente mais realizador da história do Corinthians.

Com ele o clube saiu das alamedas do Tatuapé e botou a cabeça no mundo.

Mesmo assim tem seus rompantes de torcedor e às vezes com razão, outras sem nenhuma razão, se sente muito perseguido por correligionários, imprensa e até gente do futebol mesmo.

De vez em quando baixa o Andrés torcedor de novo e é quando dá grandes e polêmicas declarações.

Aprendeu depressa o ofício e parece ter gostado do poder. Não sairá do futebol tão cedo e talvez mais à frente o caminho seja a política.

Filiado ao PT, já se falou que poderia concorrer a cargos na cidade de São Paulo e como pensa grande, a Prefeitura da cidade estaria bem para começar.

Se conseguisse agitar a cidade como agitou os últimos anos do Corinthians não seria tão ruim assim.

Ele pode virar também uma espécie de fiscalizador oficial do Corinthians nas obras do Itaquerão, afinal foi Andrés que conseguiu convencer o corintiano Lula que ali era o melhor local e o melhor estádio para a abertura da Copa aproveitando bem a intenção da Fifa que gosta de estádios novos para o seu evento, desde que a dívida não seja dela.

O sonho futuro, se não for no caminho da política pura, seria a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Ricardo Teixeira fica até 2015 por uma lei fantasiosa que existe no Brasil que mantém no cargo todo dirigente esportivo de Confederação e Federação até depois da Copa-2014.

Teixeira se aproveitou disso para ficar no poder mais um tempinho e aqui em São Paulo, Marco Polo Del Nero foi no mesmo embalo.

Não sei como nenhum dirigente de clube ainda não pediu a extensão do seu mandato como um apêndice dessa excrescência chamada de lei.

Quem sabe algum juiz de primeira instância dá uma liminarzinha e até ela ser julgada a Copa já acabou, quem sabe?

Acho que eu não deveria ter dado a idéia, mas agora já foi.

O que se comenta nos bastidores é que Andrés se enfraquecerá como dirigente esportivo assim que deixar o cargo de presidente do Corinthians.

Não há político forte sem cargo. Virá outro no lugar e esse terá mais espaço, mesmo que não tenha a mesma competência.

Assim tem sido a história. Talvez por isso que Andrés queira continuar nos holofotes em algum cargo que lhe dê alguma visibilidade.

Apesar da sua conversa “fecal”, igual a de Teixeira, ele deixa um legado melhor que o do presidente da CBF.

Se for para a CBF vai ter que limpar o “montão” que o outro fez, mas continuará na mesma “merda”

É, parece que o futebol brasileiro continuará se chafurdando cada vez mais. Haja desinfetante e papel higiênico.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

RICARDO TEIXEIRA VAI DEIXAR A PRESIDÊNCIA DA CBF


Por James Akel

O próximo caso de escândalo divulgado nas revistas vai ser o escândalo de Ricardo Teixeira.
O Palácio, leia-se Dilma, não suporta a continuidade de Ricardo na CBF.
Logo vai aparecer na Veja uma coleção de fatos contra Ricardo de um jeito que ele vá ter que renunciar.

sábado, 22 de outubro de 2011

Quem acredita na Fifa?

Por Vitor Birner


A Fifa anunciou que seu Comitê Executivo irá divulgar em dezembro o dossiê ISL.
Segundo órgãos de imprensa ingleses, ele pode comprovar o pagamento de propina para Ricardo Teixeira.
Sou cético.
Tenho impressão que a Fifa se manifestou, antes de qualquer coisa, por estar preocupada com seu desgaste da imagem.
E explico:
A dona do futebol mundial demorou muito para tornar público o tal dossiê.
E irá fazê-lo apenas em dezembro.
Por que não mostra o dito cujo agora e termina o desagradável diz que diz?
Meu ceticismo tem outra razão mais revelantes que a questão do tempo.
Quando pôde deixar claro que prorizava o combate aos casos de corrupção, a Fifa fez o contrário na hora de escolher a a sede do mundial em 2018.
A Inglaterra, que trata o futebol de forma séria, possui o campeonato nacional de maior sucesso, belos estádios e boas condições de transporte público, perdeu para a Rússia que precisará melhorar tudo.
Há um índice de percepção de corrupção divulgado todos os anos pela Transparência Internacional.
As nações mais bem posicionadas no ranking são consideradas as menos corruptas.
O Reino Unido, do qual faz parte a Inglaterra, ficou na vigésima colocação em 2010 (último ranking divulgado).
Os russos ficaram na vergonhosa posição de número 154.
Para você ter uma idéia do que isso representa, o Brasil, nacão muuuuuuuuito longe de primar pela honestidade e justiça, é o número 69 do ranking. (link no fim do post para você ver a lista completa)
Não estou dizendo que há safadezas na escolha da Rússia. O Catar, eleito em 2022, é o 19 do ranking.
Apenas acho que qualquer criança sabe que a chance de ilegalidades acontecerem na Inglaterra é muito menor.
Se a Fifa realmente estivesse muito preocupada com honestidade e transparência, teria escolhido os britânicos ao invés dos russos.
Os ingleses, além de mais bem posicionados nos ranking, mereciam, pela forma como tratam o futebol, receber o torneio.
Este blogueiro careca até hoje não entende a curiosa escolha da Fifa.
O link abaixo tem o ranking da corrupção, o relatório (em inglês) da Transparência Internacional e reportagem do Uol sobre o assunto.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Quem você gostaria que fosse o presidente da CBF?

Ricardo Teixeira
Por Benjamin Back

A sociedade aos poucos vai se mobilizando contra Ricardo Teixeira.

A mídia em geral não vem poupando o presidente da CBF de críticas e acima de tudo de notícias envolvendo denúncias, inclusive, a própria Rede Globo, a qual Ricardo Teixeira gabava-se de nunca ser citado, já começa a incomodá-lo também…

Já o seu relacionamento com a presidente Dilma parece também não ser dos melhores, enfim, pode ser apenas fumaça, porém, acredito que Ricardo Teixeira não será o presidente da CBF na Copa de 2014!

A pressão será enorme, o movimento contra ele começou pequeno mas está tomando corpo, enfim, algo acredito deverá acontecer.

Bem, e falando no campo da suposição, quem vocês gostariam que fosse o presidente da CBF?

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Resultado contra Argentina poderá ser decisivo para Mano

Mano Menezes
O rendimento da Seleção Brasileira sob o comando do técnico Mano Menezes está longe de ser convincente, haja visto que só venceu jogos contra seleções consideradas inferiores. Treinado por Mano, o Brasil  entrou em campo 13 vezes, vencendo seis partidas, empatando quatro e perdendo três.

Inclusive, nosso blog abriu uma enquete para saber se o nosso leitor acredita que está na hora de Mano deixar seu cargo. 

Fato é que, apesar da 'confiança' que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, tem pelo técnico, outros fatore$,  pedem pela cabeça de Mano. 

Há rumores, que poderão ser decisivos os resultados em cima da Argentina, pela Copa Roca, que será realizada em setembro, na permanência do ex-corinthiano no comando do Brasil.

Antes disso, a seleção pega o Egito, lá no Cairo, longe da torcida brasileira, no dia 6 de setembro. 

O Superclássico contra os hermanos será disputado em dois jogos, o primeiro no dia 14, na Argentina e o segundo no dia 28, em Belém

No mês seguinte, os adversários serão Costa Rica, no dia 7, e o México, no dia 11, ambos fora de casa. 

Finalizando, em novembro (dia 11), teremos mais um 'desafio' contra o Gabão, lá na África e no dia 15, o último jogo será contra a Suíça ou a Inglaterra (ainda a confirmar).

Vale a pena lembrar que nesta quinta-feira (18), Mano Menezes convocará a seleção para o amistoso contra o Egito.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Romário entrevista Andrew Jennings (Mrs. Teixeira?)

Andrew Jennings
Por Romário



O jornalista escocês Andrew Jennings é repórter investigativo há 30 anos e comanda um programa de grande audiência na TV inglesa BBC. Depois de investigar a máfia italiana, a corrupção na Scotland Yard (policia inglesa), há 13 anos comprou uma guerra com a poderosa Federação Internacional de Futebol (FIFA). Passou, então, a ser o principal inimigo dos dirigentes esportivos internacionais.
Descobriu, entre outras coisas, que as eleições internas são compradas, há manipulação de resultados de jogos e negociatas para a escolha de países-sedes da Copa do Mundo. Reuniu tudo no livro, recém-lançado no Brasil: Jogo Sujo, o Mundo Secreto da FIFA. “São negócios que fariam corar a máfia italiana”, afirmou Jennings.
Romário – Há quanto tempo você vem investigando a corrupção no esporte?
Andrew Jennings – Eu tenho sido um repórter investigativo há 40 anos e 20 anos atrás eu estava investigando a máfia de Palermo e as suas operações na Europa, Reino Unido e América do Norte. Um dia, durante as filmagens em Palermo, fiquei frente a frente com um mafioso muito irritado, que nos mandou parar de filmar.
Esta experiência e entendimento de como as famílias do crime organizado operam foi o treinamento perfeito para o próximo alvo – as federações esportivas internacionais. Eu pensei que este trabalho não iria durar muito tempo. Vinte anos depois ainda estou desenterrando evidências de corrupção – especialmente na FIFA! Não tenho dúvidas de que a FIFA é uma família do crime organizado e que Blatter (presidente da FIFA) mantém a sua influência distribuindo fartamente ingressos da Copa do Mundo.
Romário – Por que está tão interessado em Ricardo Teixeira, na CBF e no envolvimento deles na Copa do Mundo de 2014?
Andrew Jennings – Qualquer fã – ou repórter – tem de estar interessado em quem está hospedando a próxima Copa do Mundo e como os preparativos estão indo. Após a corrupção na África do Sul quando tantos estádios de futebol desnecessários foram construídos – e os lucros que foram para políticos e empreiteiros corruptos – o Brasil, que ainda tem de superar a pobreza, será analisado pelo resto do mundo. Globalmente, não há confiança na CBF.
Há também pouca confiança nas demonstrações freqüentes do secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, de que o Brasil não está se preparando rápido o suficiente. Se isso é verdade ou não, de qualquer maneira, observadores internacionais notam a relação calorosa entre Teixeira e Valcke.
O Brasil precisa resistir à pressão da FIFA.
Estou certo de que nos últimos anos, Blatter prometeu a Teixeira que o brasileiro seria o próximo presidente da Fifa. Mas com os dois envolvidos em tantos escândalos, isso é menos provável.
Dep. Romário
Romário – Quem é Ricardo Teixeira, no contexto do futebol internacional?
Andrew Jennings – Poucos fãs fora do Brasil não reconheceriam Teixeira na rua. Aqueles que o conhecem veem um homem que se tornou rico e poderoso explorando o futebol brasileiro e a FIFA. As notícias internacionais expõem histórias sobre seu envolvimento em contratos duvidosos da Copa do Mundo.
Teixeira está permanentemente envergonhado pelo relatório Dias de 2001 (refere-se ao relatório elaborado pelo senador Álvaro Dias durante a CPI do Futebol), que foi relatado internacionalmente.
“Tricky Ricky ‘ o apelido de Ricardo Teixeira, está agora se espalhando ao redor do mundo.
Romário – Como o Brasil conquistou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014?
Andrew Jennings – Blatter, o poderoso chefão da mafia, tem que manter seus Sub-Chefes ao redor do mundo felizes. Ricardo queria sua própria Copa do Mundo para saquear. A melhor maneira de Blatter mantê-lo fiel era deixá-lo organizar a Copa de 2014. Depois que a África do Sul foi roubada em 2000, quando perdeu a sede da Copa do Mundo de 2006 – subornos foram pagos em nome da Alemanha – a África ficou furiosa. Blatter apressadamente introduziu a idéia de girar a Copa do Mundo entre os continentes. Em seguida, a África do Sul conseguiu sediar o evento em 2010 e 2014 foi prometida à América do Sul. Vocês (brasileiros) têm que descobrir que negócios foram feitos secretamente entre Teixeira e o resto dos países que formam o Comnebol.
Romário – Você se refere aos segredos em Zug? O que é essa história?
Andrew Jennings – Este é o grande escândalo da FIFA, maior do que qualquer outro que a instituição já se envolveu. Um verdadeiro espectro que tem assombrado Blatter, Teixeira e João Havelange na última década. Nas duas décadas passadas foram pagos grandes subornos por uma empresa suíça de marketing esportivo em retorno por terem sido concedidos contratos lucrativos para a Copa do Mundo FIFA. Essa empresa, ISL, foi à falência no início de 2001 e os gângsters na FIFA têm tentado desesperadamente, desde então, minar as investigações realizadas por promotores criminais.
Andrew Jennings
Romário – Que tipo de suborno estamos falando?
Andrew Jennings – Sentei em um tribunal suíço em março de 2008 e ouvi um juiz revelar que a ISL havia pago cerca de US$ 100 milhões em subornos para obter os seus contratos. Os repórteres no tribunal ficaram surpresos com o valor. $ 100 milhões em subornos! Esta seria a maior história de corrupção na história da FIFA – e talvez do esporte mundial.
Romário – E as investigações continuaram?
Andrew Jennings – Esse caso tratava como os administradores da ISL tinham se comportado mal. As investigações da polícia continuaram em relação aos subornos e o caso foi resolvido fora do tribunal, no verão do ano passado – o anúncio foi feito durante a Copa do Mundo na África do Sul e teve pouca atenção. A declaração formal do procurador em Zug disse: juiz de instrução Thomas Hildbrand, em agosto de 2008, começou uma investigação sobre alegações de que certos membros do Comitê Executivo da FIFA receberam propina em contratos de marketing. Após cinco anos de investigações os acusados concordaram em pagar CHF5.5million e o caso foi encerrado.”
Romário – O que isso significa, em poucas palavras?
Andrew Jennings – Os três alvos da investigação tinham que confessar que sabiam sobre os subornos e que dois deles tinham aceitado propinas. Pagaram uma parte do dinheiro e, assim, garantiram o sigilo de suas identidades. Essa é a maneira suíça judicial de resolução de alguns casos criminais.
Romário – E a história acabou?
Andrew Jennings – Certamente que não. Nosso dever como jornalistas da BBC foi para descobrir quem havia admitido tomar o suborno. Sentimos que o mundo tinha o direito de saber.
Romário – Então o que você fez?
Andrew Jennings – Como todo repórter faz, nós fizemos inquéritos confidenciais na Suíça e soubemos muito mais. Assim, em 23 de maio deste ano eu apresentei um programa Panorama BBC no qual dei o nome do Ricardo Teixeira e do João Havelange como os dois funcionários da FIFA que haviam admitido ter recebido subornos. Eu também denunciei a FIFA – e aqui nós só podemos estar falando de Blatter – admitindo que o dinheiro devido à FIFA, da ISL, tinha sido desviado em subornos.
Romário – Você tem sido justo com Ricardo Teixeira?
Andrew Jennings – É claro. A BBC insiste que qualquer pessoa denunciada em um programa tem tempo suficiente para responder às acusações e nos conceder uma entrevista. Para ambos os programas nos quais citamos Teixeira – novembro do ano passado e maio deste ano – enviamos dois e-mails cada vez, informando-o das nossas alegações e convidando-o a participar do programa para contar o seu lado da história.
Romário – Como ele reagiu?
Andrew Jennings – Ele nunca respondeu. Ele ignorou e não aproveitou a oportunidade para negar qualquer coisa. Ao contrário, ele atacou a BBC e o jornalismo britânico como “corruptos. ‘Isso não é resposta para denúncias tão sérias e graves que estão documentadas.
Dep. Romário
Quais são os documentos que você tem para provar que Teixeira – e Havelange – aceitaram suborno?
Para o nosso programa em novembro do ano passado consegui uma lista de 165 subornos pagos pela ISL a à maioria dos funcionários da FIFA – os US $ 100 milhões. Nós mostramos a lista na TV – destacando os nomes de Teixeira e Havelange. Nós também temos mais evidências de que Teixeira tinha aceitado cerca de US$ 10 milhões por meio de uma empresa chamada Liectenstein Sanud.
Romário – Por que foi tão importante?
Andrew Jennings – No relatório do senador Alvaro Dias, de 2001, sobre a corrupção na CBF, o parlamentar brasileiro identificou esta empresa estrangeira (Sanud) como sendo a fonte de dinheiro que foi para Teixeira. Mas ele não conseguiu descobrir e rastrear onde Sanud conseguiu o dinheiro. Mas nós encontramos – muitas vezes – na lista de propinas pagas pela empresa ISL. Assim, o dinheiro era lavado da Suíça para Liechtenstein e depois para o Brasil. Continua sendo uma decepção que o Ministério Público brasileiro não tenha agido sobre o as revelações do relatório apresentado pelo senador Álvaro Dias.
Romário – O que pode acontecer agora?
Andrew Jennings – Investigamos e descobrimos que na lei suíça, é possível obter o relatório secreto da polícia revelando quem recebeu o suborno. Agora temos de convencer um tribunal suíço que é de interesse público a divulgação desta evidência. Isso vai acontecer – há um precedente legal importante.
Romário – O que você está fazendo para provar que Teixeira é um dos que aceitaram suborno?
Andrew Jennings – A BBC e alguns meios de comunicação suíços – e eu acredito que um jornal brasileiro – começaram um processo judicial formal na Suíça. O Ministério Público em Zug diz que está preparado para divulgar as provas, mas ele está sendo contestado pelos homens acusados. Eles (os acusados) estão gastando grandes somas com advogados suíços para argumentar contra a publicação desta informação.
Parte do processo é que nos são dadas cópias das razões pelas quais a publicação está sendo bloqueada. Os advogados suíços dizem que seus clientes sofreriam “cobertura negativa da imprensa.” Sua reputação seria “danificado irreparavelmente.” Eles podem até sofrer ‘roubo ou seqüestro. “Estas cartas, judicialmente legais, identificam a FIFA, mas os outros dois homens são chamados de B2 e Z . A partir das descrições dadas temos evidências adicionais de que eles são Ricardo Teixeira e João Havelange.
Romário – Quanto tempo levará para o relatório secreto ser revelado?
Andrew Jennings – Pode demorar até 12 meses. O tribunal de Zug nos apoiou em 24 de maio, e agora os bandidos estão apelando para a próxima esfera. Eventualmente, ele vai acabar no Supremo Tribunal de Lausanne e estamos confiantes de que vamos obter os documentos e os culpados serão expostos.
Romário – Qual é a importância disso? O último suborno foi pago no início de 2001?
Andrew Jennings – As implicações são enormes. FIFA e os dois brasileiros serão expostos como bandidos. O mundo vai aprender que o homem encarregado da Copa de 2014 é corrupto. O dano à reputação do Brasil será imensa.
Romário – O que o Congresso do Brasil e o governo brasileiro devem fazer?
Andrew Jennings – É o momento para a presidente Dilma Rousseff tomar medidas para encerrar este escândalo. Meu conselho é que ela deve chamar Teixeira e dizer: ‘Por favor, venha ao meu escritório – e traga todo o processo que corre na Suíça com você. Eu quero ver esse relatório secreto e toda a correspondência na qual você está tentando bloquear da divulgação da mídia de alguma coisa de que você está sendo acusado de ter feito. “
Romário – E se ele se recusar?
Andrew Jennings – Então ele deve ser despejado rapidamente de qualquer parte da organização de 2014. E deve ir com sua família e aliados. Uma faxina no Comitê Organizador Local. Há uma abundância de talento no Brasil para substituí-los e produzir um grande torneio com o orçamento disponível.
Romário – O que mais pode ser feito?
Andrew Jennings – O Congresso Nacional também deve pedir para ver estes documentos suíços. E o Governo, por meio do Ministério das Relações Exteriores, também deve requerer junto ao governo suíço que os documentos se tornem públicos. É do interesse nacional do Brasil saber o que está acontecendo.
Romário – Ricardo Teixeira afirma que a BBC é controlado pelo governo britânico.
Andrew Jennings – Isso é um absurdo e ele deve saber isso. A BBC é totalmente independente de qualquer governo. Você deve se lembrar que, quando estávamos preparando o nosso programa em novembro do ano passado, o primeiro-ministro britânico David Cameron nos atacou por causa dos danos que poderiamos causar à candidatura dele na Inglaterra. Ele pareceu não compreender que a Inglaterra não pagar subornos, nunca poderíamos vencer.
Romário – Mas Ricardo Teixeira também diz que seus programas na BBC que o identificam como corrupto representam uma vingança porque a Inglaterra perdeu a sede da Copa do Mundo de 2018?
Andrew Jennings – Isso é um absurdo. Fizemos nosso primeiro programa expondo a ISL subornos aos altos funcionários da FIFA em Junho de 2006! O segundo programa, sobre as propinas pagas pela Alemanha, foi exibido em 2007 e o primeiro a identificar Ricardo Teixeira foi transmitido em novembro passado, três dias antes da votação para 2018 e 2022. Nosso dever como livre e independentes jornalistas britânicos foi para avisar o que iria acontecer na votação. E assim foi. E, claro, nós fizemos esses programas para demonstrar para a Inglaterra e para o resto do mundo que a única maneira de ganhar o direito de sediar o torneio é pagar subornos.
Romário – Algo mais a acrescentar?
Andrew Jennings – Adoro visitar meus amigos no Brasil e estou ansioso para um grande torneio no Brasil, em 2014, com o Ricardo Teixeira fora da organização. E que todos os orçamentos sejam públicos – para evitar a corrupção. Assim teremos uma grande festa!