A Copa do Mundo de Futebol Feminino será realizada neste mês de junho, a partir do dia 26, na Alemanha. Até lá, toda semana, o blog trará aos seus leitores os destaques de cada seleção.
Desde que estreou na seleção australiana, às vésperas da Copa do Mundo Feminina da FIFA 2007, Kyah Simon nunca mais olhou para trás. Com 16 anos recém-completados, a atacante havia ficado de fora da lista final para a competição na China, mas, desde então, ela soube transformar a frustração em determinação e agora tem a oportunidade de brilhar no principal palco do futebol mundial.
A talentosa jovem de Sydney faz parte de uma família fortemente ligada ao esporte: a prima Gema, ex-companheira de seleção sub-20, e Kyle Vander Kuyp, que já disputou uma corrida de obstáculos nas Olimpíadas, são apenas alguns exemplos de uma série de parentes que têm um histórico de destaque nos seus respectivos esportes. Talvez isso explique por que o técnico da Austrália, Tom Sermanni, disse que Simon possui uma "percepção inata" do futebol.
Orgulhosa da sua herança aborígene, a jogadora atua como embaixadora do festival anual de futebol indígena e diz que pretende ser um exemplo para as jovens do seu país. Embora não seja a única australiana de origem nativa a disputar uma Copa do Mundo da FIFA — honra que ela compartilha com Harry Williams (1974) e Bridgette Starr (1999) —, Simon terá a chance de ser a primeira a balançar as redes.
O retrospecto recente da atacante de 19 anos indica que a possibilidade é grande. Em 12 partidas, ela marcou 12 gols com a camisa do Sydney FC, desempenho que lhe valheu a artilharia da W-League, o campeonato australiano feminino.
Até essa última edição do torneio, Simon não era considerada uma especialista da grande área, tendo jogado anteriormente em praticamente todas as posições possíveis. Geralmente escalada como ponta ou meia-atacante na seleção, a australiana parece ter a versatilidade e a qualidade técnica para desempenhar qualquer função dentro de campo. Ela inclusive chegou a atuar durante toda uma temporada na lateral direita, antes de assumir o papel de artilheira da liga nacional no ano seguinte.
Eleita a melhor jogadora jovem da Austrália em 2010, Simon recebeu também o prêmio de melhor jogadora da W-League, fruto das suas proezas diante do gol adversário, que ajudaram o Sydney FC a terminar o campeonato na primeira posição.
A jovem também tem a rara qualidade de crescer em momentos cruciais, como provam os dois gols decisivos que ela marcou para a Austrália contra duas grandes seleções e, em ambas as ocasiões, já nos minutos finais do jogo. Adversário do país na Alemanha 2011, o Brasil foi vítima da atacante em uma partida válida pela Copa da Paz de 2008. Já a Coreia do Norte sofreu a sua primeira derrota para a Austrália em mais de uma década ao levar um gol de Simon nos acréscimos do duelo realizado no ano passado.
Como se não bastasse, a atacante acertou a cobrança final que garantiu a vitória australiana, novamente sobre a Coreia do Norte, na disputa de pênaltis que definiu a campeã da Copa Asiática Feminina de Seleções 2010. A conquista representa o único título continental da Austrália, tanto no feminino quanto no masculino, desde que o país passou a fazer parte da Confederação Asiática de Futebol, em 2006. A julgar pela frieza com que Simon bateu na bola, porém, a humilde e jovem artilheira não se deixará pressionar pelos holofotes que estarão voltados para ela na Alemanha 2011.
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