Por José Armando Vanucci
O mês de julho não será de boas recordações para a equipe do “Hoje em Dia”, revista eletrônica da Record que vem perdendo audiência e sua característica. O programa fechou o mês atrás dos desenhos do SBT e muitos sabem que não se trata apenas do efeito das férias escolares. Neste ano, aqui em São Paulo na média/dia mensal, o “Hoje em Dia” perdeu para o SBT em fevereiro (5.2 X 4.9), maio (6.0 X 5.7), junho (5.9 X 5.5) e julho (6.2 X 5.4). Lá no Rio de Janeiro a situação também não é boa, com recuperação apenas no bloco regional.
O que sempre foi uma referência da boa mistura de pautas e quadros, acabou se transformado numa sequência do “Fala Brasil” com uma carga maior de noticiário policial. As reportagens de comportamento, variedades e entretenimento ocupam um espaço cada vez menor, gerando um certo desconforto em muitos integrantes da equipe. É claro que ninguém fala abertamente sobre o assunto para evitar represálias e problemas, mas nos bastidores é muito fácil identificar quem está descontente com esta situação. Um outro problema apontado nos bastidores da Barra Funda é que o “Hoje em Dia” parece ter se afastado de seu público, rompendo um pacto de cumplicidade com quem está do outro lado do vídeo. Sabe aquela história de identificação com quem está na TV?
É senso comum na Record que o “Hoje em Dia” atravessa uma fase ruim e que se nada for feito o projeto poderá enfrentar sérios problemas, como o desgaste de imagem com o excesso de jornalismo factual. Há quem defenda uma interferência do departamento artístico para que o programa volte a ser uma referência como revista eletrônica. Mas, segundo alguns executivos, é aqui onde está o ponto mais complicado nessa discussão. Há um certo comodismo em todos os envolvidos no processo de criação do que vai para o ar. Com medo de errar, são poucos os que arriscam com sugestões ao alto comando da Record.
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