Por Antero Greco
O que você espera do jogo que o Brasil faz amanhã com a Argentina em Belém? Como, não entendi? Eu não espero grande coisa. Ou melhor, só espero que não seja a monotonia e chatice de duas semanas atrás. A primeira parte do “Superclássico das Américas”, em disputa pela Taça Nicolas Leoz, foi de doer. Na verdade, se tratou de uma agressão para a história do duelo mais bacana (pra mim) do futebol mundial.
Sei que a força de convencimento da mídia é forte e, para muitos, interessa vender a ideia de que brasileiros e argentinos estarão a escrever no Mangueirão mais uma etapa dessa eterna rivalidade. Conversa fiada, papo furado, coisa pra inglês ver. Essas duas partidas fazem parte de acordos comerciais, são mais uma maneira de render dinheiro para as duas federações, e pouco acrescentam para o trabalho que Alejandro Sabella e Mano Menezes estão a desenvolver para a Copa de 2014.
O fato de os treinadores se verem privados de seus melhores jogadores já diz tudo. Se fossem encontros imprescindíveis, eles não aceitariam abrir mão das formações titulares. Como se trata de caça-níqueis, se contentam em chamar apenas atletas que atuem nos respectivos países e com isso formarem times mambembes, improvisados. A maioria dos convocados para amanhã não estará em compromissos oficiais.
Esses jogos, ainda assim, são casca de banana, porque no fim das contas sobra para os técnicos. Mano e Sabella foram criticados pelo desempenho de suas equipes no horroroso0 a0 de 15 dias atrás. Quer dizer, além de não terem a nata à disposição, precisam aguentar bronca se os times negarem fogo. Bom, eles sabem com quem lidam.
Por isso, não está errado do Mário Fernandes. Muita gente acha que o rapaz do Grêmio agiu com descontrole ao dizer “não, muito obrigado” para a seleção. Pois não penso assim, como também não o vejo como um herói ou contestador. Apenas encarou seus receios e mandou a seleção às favas. E, quem sabe, não se deu conta de que era chamado apenas para tapar buraco. Pois esses jogos não passam de quebra-galhos.
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