sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Teixeira e Sanchez e o mundo fecal do futebol brasileiro. Estamos bem?


Por Quartarollo

Um diz que não está nem aí com as denúncias e que está “fazendo um montão” pra tudo isso e o outro diz para os seus conselheiros que não vê a hora de largar “essa merda” se referindo ao mandato de presidente do Corinthians prestes a se encerrar.

Estamos bem, não? É de dirigentes assim que precisamos. Que Deus nos ajude, isso sim.

Não sei se Andrés fala assim por descaso, por cansaço, por despeito ou porque se arrependeu de ter mudado o Estatuto do Corinthians não permitindo reeleição no clube.

Foi a chamada cláusula anti-Duabli, presidente que se eternizou no poder e transformou o Corinthians num time de segunda divisão.

Eu achei a medida salutar e exemplar para o futebol brasileiro, mas também aceitaria que houvesse pelo menos uma reeleição.

Acho justo. Se a administração está bem, não há porque não deixar o presidente trabalhar em mais uma gestão.

O que não pode é virar dono e tomar conta da cadeira eternamente.

Agora quando está perto de deixar o cargo, promete sair em 15 de dezembro, Andrés tentou mexer no Estatuto de novo e teve o repúdio dos homens do Conselho e é claro, da oposição, hoje pequena, mas atuante no Parque São Jorge.

Andrés deixará ótimo legado para a história do Corinthians. Foi um bom presidente e assumiu numa hora das mais difíceis.

Conseguiu equalizar dívidas altas (aquela do Nilmar foi um roubo e um rombo que a administração anterior deixou na conta do clube), pagou jogadores e técnicos que estavam pendurados na justiça há muito tempo, montou um time que foi campeão da Série B, voltou à Série A, contratou o técnico que hoje está na Seleção, ousou na contratação e no marketing com Ronaldo, montou um time melhor para a Série A e está próximo de ser campeão brasileiro, fez um Centro de Treinamento dos mais modernos e ainda deixará um Estádio em construção com custo zero para o Corinthians e aumentou a rivalidade com o São Paulo, então o melhor time do país quando assumiu, e ganhou a queda de braço com a “raposa” Juvenal Juvêncio tirando o Morumbi da Copa.

É de longe o presidente mais realizador da história do Corinthians.

Com ele o clube saiu das alamedas do Tatuapé e botou a cabeça no mundo.

Mesmo assim tem seus rompantes de torcedor e às vezes com razão, outras sem nenhuma razão, se sente muito perseguido por correligionários, imprensa e até gente do futebol mesmo.

De vez em quando baixa o Andrés torcedor de novo e é quando dá grandes e polêmicas declarações.

Aprendeu depressa o ofício e parece ter gostado do poder. Não sairá do futebol tão cedo e talvez mais à frente o caminho seja a política.

Filiado ao PT, já se falou que poderia concorrer a cargos na cidade de São Paulo e como pensa grande, a Prefeitura da cidade estaria bem para começar.

Se conseguisse agitar a cidade como agitou os últimos anos do Corinthians não seria tão ruim assim.

Ele pode virar também uma espécie de fiscalizador oficial do Corinthians nas obras do Itaquerão, afinal foi Andrés que conseguiu convencer o corintiano Lula que ali era o melhor local e o melhor estádio para a abertura da Copa aproveitando bem a intenção da Fifa que gosta de estádios novos para o seu evento, desde que a dívida não seja dela.

O sonho futuro, se não for no caminho da política pura, seria a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Ricardo Teixeira fica até 2015 por uma lei fantasiosa que existe no Brasil que mantém no cargo todo dirigente esportivo de Confederação e Federação até depois da Copa-2014.

Teixeira se aproveitou disso para ficar no poder mais um tempinho e aqui em São Paulo, Marco Polo Del Nero foi no mesmo embalo.

Não sei como nenhum dirigente de clube ainda não pediu a extensão do seu mandato como um apêndice dessa excrescência chamada de lei.

Quem sabe algum juiz de primeira instância dá uma liminarzinha e até ela ser julgada a Copa já acabou, quem sabe?

Acho que eu não deveria ter dado a idéia, mas agora já foi.

O que se comenta nos bastidores é que Andrés se enfraquecerá como dirigente esportivo assim que deixar o cargo de presidente do Corinthians.

Não há político forte sem cargo. Virá outro no lugar e esse terá mais espaço, mesmo que não tenha a mesma competência.

Assim tem sido a história. Talvez por isso que Andrés queira continuar nos holofotes em algum cargo que lhe dê alguma visibilidade.

Apesar da sua conversa “fecal”, igual a de Teixeira, ele deixa um legado melhor que o do presidente da CBF.

Se for para a CBF vai ter que limpar o “montão” que o outro fez, mas continuará na mesma “merda”

É, parece que o futebol brasileiro continuará se chafurdando cada vez mais. Haja desinfetante e papel higiênico.

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