Foto: Ari Ferreira |
Por Roberto Avallone
Perguntar não ofende, pois não? Pois, então, pergunto: se a mais recente contusão de Valdívia, mais uma entre outras tantas, foi diagnostica como lesão leve, como seria se fosse tida como grave- e ficaria parado por toda uma temporada?
Sei lá. A verdade é que as seguidas lesões desse jogador que já foi ídolo no Palmeiras- em 2008, por exemplo- a ponto de ser chamado de “Mago”- e ter a volta festejada, já começa m a ser um mistério capaz de intrigar Sherlock Holmes. E seu apelido para muitos palmeirenses transforma-se de “Mago” para “Mico”- expressão que faz parte, na gíria do futebol, para negócios não bem sucedidos.
Foto: Ricardo Nogueira / Folhapress |
Não ouvi até agora uma explicação direta, conclusiva sobre o porquê de tantas contusões, antes na coxa direita, agora na coxa esquerda, tantas lesões que já perdi a conta de quantas foram. Ouvi, porém, algumas versões; a de que o jogador, depois de treinar pouco nos Emirados Árabes, não suporta o ritmo de treinamentos do futebol brasileiro; ou que o pouco cuidado fora de campo, em nada o ajuda para manter em dia os músculos de atleta: ou que é de tudo um pouco, tornando-o uma ex- estrela, tipo vagalume, que acende e apaga, apaga e acende. Que mais apaga do que acende.
Já se sabe que, nos bastidores do Palmeiras, não são poucos os que pensam em negociá-lo quando possível. Mas essa transferência não poderia ser concretizada antes de julho, pois quem o desejou recentemente foi um clube do Catar- e para o mundo árabe, antes de decorridos dois anos de sua transferência (que aconteceu em julho de 2010), dois milhões de euros seriam devidos ao Al Ain- segundo o contrato feito e me confirmado por um integrante do grupo “Eternos Palestrinos”,que colaborou em sua contratação.
Entre os torcedores, muitos não andam satisfeitos com o ex- ídolo, embora alguns tenham, ainda, a esperança de que ele volte a jogar bem e com assiduidade. E não apenas pelas contusões. Um torcedor (e sócio) do Palmeiras, até recentemente fã de carteirinha de Valdivia, já perdeu as esperanças: “Ele perdeu o brilho nos olhos. Não tem mais jeito”.
Sei que nada no futebol é tão definitivo. Como dizia Nélson Rodrigues, entre a fossa e a euforia há um milímetro de distância. De vilão a herói também.
Mas sinto, no ar, um cheiro da repetição do caso de Adriano no Corinthians...