Por José Ilan
E assim, o Fluminense vendeu seu maior ídolo dos últimos 15 anos (no mínimo) como quem chupa um picolé de amora.
Sem relutar, sem mostrar interesse algum em sua permanência, com uma “despedida” (?!) num jogo para 4 mil torcedores, e pior de tudo: sem dar uma única explicação oficial sobre uma transação desta importância.
Não teve nem o tradicional: “não é nada disso que vocês estão pensando…”
Mas convenhamos: não é fácil explicar o inexplicável.
Não é fácil justificar como um clube que deve quase R$ 400 milhões e tem uma fila interminável de credores e processos trabalhistas, vai abrir mão de “irrisórios” 4 milhões, “perdoados” dos 10 a que teria direito na multa integral. O negócio precisava ser fechado a qualquer custo, mesmo que Conca custasse R$ 25 milhões e tenha saído por 15. Os chineses, a Unimed e a Traffic devem estar com as finanças combalidas. Nada mais justo que o Flu bancar.
Não é fácil entender – nem em time de pelada – como um jogador, qualquer que seja, aparece vestido grotescamente com a camisa de outro clube, antes do seu atual sequer se pronunciar sobre a sua saída.
E não é simples desmentir os números reais, agora confirmados pelos chineses, bem abaixo dos boatos espalhados à imprensa por “fontes”, para tentar amenizar o absurdo do negócio.
Mas explicações e transparência não têm sido o forte da diretoria tricolor, formada por gente que vivia a cobrá-las diariamente de seus antecessores. O que, aliás, faziam quase sempre com razão.
Para o torcedor que veste só a camisa do time, alheio às nocivas correntes políticas, a administração que dura apenas seis meses já conseguiu provar que nada é tão ruim que não possa piorar, e muito.
Para Peter Siemsen, o sonho de campanha de se tornar o melhor presidente da história do clube começa a virar missão impossível.
Mas para ser o pior, está bem encaminhado.
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